Let your love go beyond the fence


ATENÇÃO: Este post é sobre o filme “O menino do pijama listrado” e pode conter alguns pequenos spoilers, se você não gosta de saber NADA sobre o filme antes de assistir (assim como eu) sugiro que pare de ler por aqui.

Nesta terça-feira aluguei o filme “O menino do pijama listrado”, sabia bem superficialmente do que se tratava o filme, e confesso que fiquei um pouco com o pé atrás por não ter visto nada sobre o filme na mídia, por não conhecer nenhum ator e muito menos alguém da produção (preciso parar com essa mania boba). Mas assim que o filme começou fiquei surpreso com a produção e principalmente com a fotografia, era muito melhor do que eu imaginava. Mas a última coisa que quero com esse post é me apegar aos aspectos técnicos do filme, então vamos lá.

“O menino do pijama listrado” está muito além de ser um filme sobre nazismo, sobre a segunda guerra mundial ou qualquer coisa relacionada ao assunto, encaro como um filme sobre amizade, mas uma amizade muito mais profunda do que a abordada regularmente nos dias de hoje, arrisco até em dizer que é um filme sobre amor, não um romance, mas sobre o amor de um ser humano para com o outro.

A história focada no olhar curioso e inocente de Bruno, um menino de 8 anos, aos poucos nos conduz ao centro de uma família alemã que se muda para perto de um campo de concentração que o pai, um importante militar nazista, administra. A família apóia o pai, mesmo sabendo muito pouco sobre as atividades no campo de concentração e ao longo da historia a irmã mais velha de Bruno começa a simpatizar com o nazismo e passa a enxergar o pai como um herói.

Mas o ponto central da historia é quando o aventureiro Bruno, desobedece às ordens do pai e começa a explorar os arredores da casa/quartel em que eles vivem, e encontra do outro lado de uma cerca Shmuel, um garoto judeu da mesma idade que ele, que vive no campo de concentração. Aos poucos uma amizade sincera e inocente começa brotar, mesmo separados pela cerca.

Talvez nem tenha sido a intenção do autor, mas em minha opinião o filme é um convite para pensarmos nas cercas que temos hoje em dia que nos separam de outros seres-humanos, cercas que nos fazem enxergá-los como inferiores e não como semelhantes a nós, sejam elas de ordem social, religiosa, moral e/ou qualquer outra. É um convite para vermos nossos semelhantes com o olhar inocente de Bruno, ou seja, como nossos semelhantes, sem rótulos, sem preconceitos, apenas como humanos.

Enfim, essa historia é um convite para deixarmos nosso amor ir além das cercas.