Aquarelando

Sim, sumi, e não foi por falta de assunto, tenho vários posts prontos na cabeça, mas vocês sabem... final do ano é sempre uma loucura!

Mas entre uma correria e outra, minha esposa e eu paramos para fazer um "countdown" para o natal, e foi uma experiencia bem interessante. Finalmente consegui sentar, desenhar, brincar com aquarela e etc... coisas que não fazia a muuuuito tempo, ainda preciso praticar muito para "desenferrujar", mas foi um começo! E lógico, sempre ao som de um bom jazz.

Chega de papo, para ver o projetinho, dê um pulinho no blog da Isa clicando aqui.


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Um game diferente


Há pouco tempo atrás tive uma briga feia com meus video-games e acabei vendendo TUDO o que tinha, que não era pouca coisa, na esperança de gastar meu tempo (e dinheiro) de maneira mais produtiva. Confesso que tem funcionado, não tão bem como eu gostaria, mas tem.


Alguns dias atrás navegando pela net descobri que um jogo que eu tinha jogado a versão de teste no xbox 360 havia sido lançado para PC e Mac. Não resisti, tive que jogar.


O jogo se chama Braid, ganhou notas ótimas em sites especializados e é bem fácil descobrir o porquê. Logo de cara você se depara com um mundo aquarelado, um pequeno homem de terno e uma trilha sonora arrebatadora com violinos, flautas, entre outros, eu já me apaixonei pelo jogo nos 5 primeiros minutos.


Braid é basicamente um jogo de plataforma 2D como o nostálgico Mario do Super Nintendo, ou o Sonic do Mega Drive, mas fora isso ele tem pouco em comum com esses jogos, e rapidamente você entende que Braid é mais um jogo de raciocínio lógico do que de agilidade. Tanto que os controles são bem simples, no PC e Mac com as setas você controla o personagem, com o espaço pula e com o shift você pode manipular o tempo. Como já disse: raciocinio lógico é a chave para avançar no game.


A história merece um tópico a parte, à princípio parece muito óbvia, mas com seu desenrolar ela vai adquirindo uma maturidade que me deixou muito surpreso, confesso que nunca esperava uma história tão elaborada e profunda em um game. E ao completar o game você percebe o quão poderosa e poética a história é. Ela não é nem um pouco óbvia e fica aberta para especulações, tanto que não é raro ver pela internet várias teorias.


Enfim, pretendia escrever um pequeno review sobre o jogo mas acabei escrevendo esse longo texto, e mesmo assim não consegui falar tudo o que gostaria, então acreditem em mim, é um ótimo jogo, diferente de tudo o que você já jogou, e creio que ele deu um passo importante no mundo dos jogos, foi a experiência mais próxima que já tive de uma união entre arte e jogo.


Bom jogo para vocês.




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Persépolis: a graphic novel e o filme


Uma coisa é ficar sabendo de um fato pelos livros de história ou até mesmo jornais e outra experiência completamente diferente é ouvir as mesmas coisas de alguém que participou/viveu o fato. E é isso que torna Persépolis uma graphic novel (ou uma narrativa ou romance gráfico se preferir) tão interessante.

Esta autobiografia começa na infância de Marjane Satrapi, uma iraniana de classe alta que fazia parte de uma família de esquerdistas, que com os olhos de criança nos conta como foi a revolução islâmica no Irã, a adaptação ao novo regime, suas dúvidas, seus conflitos e as incoerências do regime.

Apesar de ser um tema denso, a narrativa se desenrola suavemente e a ingenuidade e franqueza da Marjane acrescentam um humor gracioso à história que termina em sua maioridade, logo após uma adolescência conturbada na Áustria.

Persépolis foi lançado no Brasil pela “Editora Companhia das Letras”, possui 352 páginas e custa cerca de R$ 39.







O Filme

A versão cinematográfica desta Graphic Novel estreou no Festival de Cannes de 2007, foi muito bem recebida e ganhou vários prêmios, chegou até a concorrer ao Oscar em 2008 na categoria melhor filme de animação.

O estilo dos quadrinhos foi mantido, a animação ficou linda: muito fluída e leve. Nesta parte gráfica a adaptação ficou excelente, mas a história acabou se perdendo, como era de se imaginar, ela ficou mais superficial, principalmente quanto ao plano de fundo das “aventuras” de Marjane, algo que é muito importante para se entender a historia como um todo.

Recomendo o filme como um complemento à experiencia do livro, logico que se você apenas assistir o filme poderá achar interessante, mas ele não apresenta a profundidade da obra original.

Infelizmente não achei o filme no Brasil, mas ele pode ser encontrado na net facilmente. Segue abaixo o trailer oficial do filme legendado em inglês (não achei o trailer com legendas em português).










Viva La Vida no Brasil





Confirmado! Coldplay adicionou o Brasil na turnê do álbum Viva La Vida (sem duvida alguma o melhor álbum da banda até agora, estou pra escrever sobre este álbum faz um tempinho, rs).

Datas e dados:

Rio de Janeiro, Brasil (28 de fevereiro)
Praça da Apoteose
Pré-venda exclusiva para Clientes Citibank: Sábado, 31 de outubro, a partir da meia-noite na internet, / 9h por telefone/ 10h nos pontos de venda/ Meio-dia nas bilheterias oficiais
Vendas para público: Sábado, 07 de novembro, a partir da meia-noite na internet, / 9h por telefone/ 10h nos pontos de venda/ Meio-dia nas bilheterias oficiais
Vendas pela internet: http://www.ticketmaster.com.br/

São Paulo, Brasil (02 de março)
Estádio do Morumbi
Pré-venda exclusiva para Clientes Citibank: Sábado, 31 de outubro, a partir da meia-noite na internet, / 9h por telefone/ 10h nos pontos de venda/ Meio-dia nas bilheterias oficiais
Vendas para público: Sábado, 07 de novembro, a partir da meia-noite na internet, / 9h por telefone/ 10h nos pontos de venda/ Meio-dia nas bilheterias oficiais
Vendas pela internet: http://www.ticketmaster.com.br/

Fonte: http://www.coldplay.com/newsdetail.php?id=528

Vamos? =)




Let your love go beyond the fence


ATENÇÃO: Este post é sobre o filme “O menino do pijama listrado” e pode conter alguns pequenos spoilers, se você não gosta de saber NADA sobre o filme antes de assistir (assim como eu) sugiro que pare de ler por aqui.

Nesta terça-feira aluguei o filme “O menino do pijama listrado”, sabia bem superficialmente do que se tratava o filme, e confesso que fiquei um pouco com o pé atrás por não ter visto nada sobre o filme na mídia, por não conhecer nenhum ator e muito menos alguém da produção (preciso parar com essa mania boba). Mas assim que o filme começou fiquei surpreso com a produção e principalmente com a fotografia, era muito melhor do que eu imaginava. Mas a última coisa que quero com esse post é me apegar aos aspectos técnicos do filme, então vamos lá.

“O menino do pijama listrado” está muito além de ser um filme sobre nazismo, sobre a segunda guerra mundial ou qualquer coisa relacionada ao assunto, encaro como um filme sobre amizade, mas uma amizade muito mais profunda do que a abordada regularmente nos dias de hoje, arrisco até em dizer que é um filme sobre amor, não um romance, mas sobre o amor de um ser humano para com o outro.

A história focada no olhar curioso e inocente de Bruno, um menino de 8 anos, aos poucos nos conduz ao centro de uma família alemã que se muda para perto de um campo de concentração que o pai, um importante militar nazista, administra. A família apóia o pai, mesmo sabendo muito pouco sobre as atividades no campo de concentração e ao longo da historia a irmã mais velha de Bruno começa a simpatizar com o nazismo e passa a enxergar o pai como um herói.

Mas o ponto central da historia é quando o aventureiro Bruno, desobedece às ordens do pai e começa a explorar os arredores da casa/quartel em que eles vivem, e encontra do outro lado de uma cerca Shmuel, um garoto judeu da mesma idade que ele, que vive no campo de concentração. Aos poucos uma amizade sincera e inocente começa brotar, mesmo separados pela cerca.

Talvez nem tenha sido a intenção do autor, mas em minha opinião o filme é um convite para pensarmos nas cercas que temos hoje em dia que nos separam de outros seres-humanos, cercas que nos fazem enxergá-los como inferiores e não como semelhantes a nós, sejam elas de ordem social, religiosa, moral e/ou qualquer outra. É um convite para vermos nossos semelhantes com o olhar inocente de Bruno, ou seja, como nossos semelhantes, sem rótulos, sem preconceitos, apenas como humanos.

Enfim, essa historia é um convite para deixarmos nosso amor ir além das cercas.