Sempre houve uma guerra entre livros e filmes, quem leu o livro dificilmente sai do cinema satisfeito com o resultado da adaptação. Creio que uma das poucas exceções é a adaptação do Senhor dos Anéis para a telona, poucos são os amantes do livro que também não gostam do filme, na verdade tem muita gente que prefere o filme. Lógico que se perdeu muito na adaptação, como exemplo um dos meus personagens favoritos do Senhor dos Anéis não é ao menos citado no filme, mas não tem como se negar que foi uma ótima adaptação dentro das limitações do cinema (acredito que a versão extendida seja melhor ainda, um dia ainda assisto e posto minhas impressões aqui).
Mas esse post não é sobre Tolkien e muito menos sobre o Senhor dos Anéis, o post é sobre a recente adaptação para o cinema do livro “Anjos e Demônios” do (não sei o porque) tão polemico Dan Brown.
Continuar lendo...Na semana de estréia do filme “Anjos e Demônios” ganhei o livro de minha esposa e fiz questão de ler antes de assistir (tenho essa mania, sempre gosto de ler o original antes de ver a adaptação no cinema). E fiquei espantado com o que eu iria dizer ao sair do cinema.
Prometo que não soltarei nenhum grande spoiler, apenas pequenas revelações sobre a trama, nada que não tenha na sinopse do filme, mas se você não gosta de saber ABSOLUTAMENTE nada sobre o filme antes de assistir, assim como eu, aconselho parar de ler por aqui.
Bom, ai vão minhas impressões sobre o filme:
O filme começou já bem diferente do livro, grande parte do empolgante mistério do começo do livro foi substituída por uma versão mais sucinta e “high-tech” do que seria o estopim de toda trama. Cometeram um TERRÍVEL erro de continuidade (coloco a observação sobre o erro no final do post), mas nada que não possa ser relevado. Apesar de se tratar de uma ficção-científica, o livro apresenta elementos mais “plausíveis” do que no filme, mas isso também pode ser relevado, pois poderia ficar extremamente boring para o cinema grande parte das explicações e dos longos diálogos, mas mesmo tão diferente do livro, o começo do filme consegue cumprir o seu papel e introduz de maneira satisfatória toda a base da trama.
O desenrolar da trama é bem parecido com o do livro, excluindo algumas pequenas adaptações que foram feitas, as mais significativas foram a substituição de um dos melhores personagens do livro, o Hasassin, por um assassino hi-tech sem personalidades e também a exclusão da side-story de um repórter sem experiência e sua cinegrafista rabugenta, mas como disse, não fizeram muita falta na adaptação para a telona, o que senti falta foi do suspense do livro nesse ponto da trama.
Por fim ficamos com a conclusão da trama, que no meu ponto de vista ficou muito melhor no cinema do que no livro. Nos capítulos finais do livro há uma brusca freada na fluência da narração, que até esse ponto era quase frenética, o desenrolar vai incluindo cada vez mais elementos típicos de novela mexicana entre clichês e situações forçadas, fato esses que foram sabiamente amenizados no filme.
CONCLUSÃO:
Anjos e Demônios, o livro, não é uma perola de seu gênero, mas também não é um livro ruim, apresenta uma fluência agradável e eu recomendaria como leitura casual, para se passar o tempo em uma fila, no metrô, no banheiro ou onde quer que seja. Enfim, deixo claro que o livro peca no final, como já disse, o livro que acaba com elementos de uma novela mexicana de gosto duvidoso, mas por incrível que pareça isso não prejudica a obra como um todo, acredite em mim! No caso de quem já leu Dan Brown e gostou, esse livro é uma boa escolha.
Quanto a Anjos e Demônios, o filme, não é uma adaptação fiel ao livro e apesar de se atropelar muitas vezes no roteiro e não amarrar direito alguns pontos da narração é um bom filme, como disse, o final foi sabiamente amenizado, e se você não leu o livro nem perceberá os “elementos de novela mexicana” que eu já citei acima, mas se você leu o livro provavelmente ficará aliviado com certas partes ignoradas na conclusão do filme. Recomendo o filme para fãs de filmes como “Indiana Jones” ou “Em busca do tesouro perdido”.
E o que eu disse ao sair do cinema? “Acho que preferi o filme!”
Sei que já estou um pouco atrasado para postar sobre isso, afinal o filme já até saiu dos cinemas, mas creio que em breve ele estará nas locadoras.
*Sobre o erro de continuidade do começo: CONTÉM SPOILERS – Supostamente o assassino usou o olho do doutor para abrir o lugar onde estavam os cilindros de anti-matéria, correto? Mas repararam que o corpo do doutor esta dentro do lugar onde armazenam os cilindros? Como o assassino poderia entrar para matar o doutor e roubar seu olho se ele precisa do olho para entrar? E se ele arrastou o doutor até lá, qual a necessidade de se arrancar o olho do doutor se poderia forçar o doutor apenas olhar no dispositivo? Enfim... achei bem confusa essa parte!