Lolita



Pode parecer absurdo mas eu, grande fã de Kubrick, tinha um certo pré-conceito com o filme Lolita, um tolo receio do filme tomar um rumo erótico apelativo, não sei se esse palpite surgiu da capa com um apelo erótico ou dos ecos do polemico livro da década de 50 que estão presentes ainda hoje. Porem sábado minha esposa apareceu com o filme em casa e ontem eu o assisti pela primeira vez.

O filme de 1962 dirigido pelo genial Stanley Kubrick é centrado na doentia obsessão de um professor de francês por uma garota de 14 anos, obsessão esta que se mostra crescente desde o momento em que o professor conhece a menina, levando ele a extremos para conseguir o amor dela e que acaba culminando em um relacionamento bizarro de pai/amante e em um “duelo” entre o professor e um diretor de TV também obcecado pela garota. A trama muito bem construída mescla romance, assassinato, uma perseguição ao estilo noir e até um pouco de humor (que achei desnecessário). A atuação de Peter Sellers, como de praxe, foi magnífica e creio que isso foi o que acabou garantido a interpretação de três personagens no filme seguinte de Stanley (Dr. Fantástico – 1964).

Considerado o primeiro grande filme de Kubrick, e mesmo com todo cuidado que Stanley teve com a censura, é tido como muito polêmico para sua época. Este filme já apresenta algumas “marcas” de Kubrick como sua meticulosidade, seu cuidado quase geométrico em algumas cenas e o modo como usa a historia para expor o lado obscuro, e por que não dizer doentio do ser humano.

O filme tem duração de 152 minutos e é facilmente encontrado em qualquer locadora. Altamente recomendado e indispensável para fãs de Kubrick.